Considerando
um conjunto de Tábuas de Mortalidade elaboradas para cada uma dessas instâncias
geográficas, valores dessa relação próximos da unidade indicam que o nível de
mortalidade é o mesmo para homens e mulheres. Desta forma, quanto maior o
afastamento da curva em relação à reta que passa por 1, maior será a sobre mortalidade
masculina, enquanto os deslocamentos para baixo dessa linha indicam a sobre mortalidade
feminina.
Para
o conjunto do País, moderada sobre mortalidade masculina durante os dois
primeiros períodos (1940/1950 e 1950/1960), começando a elevar-se a partir de
1970. Para 1980, 1991 e 2000, entretanto, acentua-se a sobre mortalidade masculina,
ocorrendo as maiores diferenças entre os jovens e jovens - adultos. Esse
fenômeno, que também ocorre nas duas regiões analisadas, é mais marcante no
Sudeste e incide de forma mais pronunciada nas idades de 10 a 35 anos. Esse
agravamento está associado, em parte, ao aumento das mortes por causas
externas. É importante destacar distintos comportamentos entre as duas regiões,
quando se observam essas relações para o ano de 2005. Enquanto na Região
Sudeste verifica-se redução na sobre mortalidade masculina, na comparação com o
ano de 2000, em todas as faixas etárias, à exceção do grupo de 15 a 25 anos, a
tendência, na Região Nordeste, é de aumento da sobre mortalidade em todas as
faixas etárias, independentemente da idade. Esses resultados, de certa forma,
podem estar refletindo, por um lado, um início de maior controle da violência
nas regiões que já haviam alcançado patamares elevados de sua incidência, como
é o caso do Sudeste, e, por outro lado, um indicativo de um processo de sua
generalização para outras áreas, como é o caso específico do Nordeste e demais
regiões do País.
Sintetizando,
conclui-se que as mortes por causas externas atingem, prioritariamente,
contingentes do sexo masculino nas faixas etárias muito jovem e jovens-adultos,
em todo o Território Nacional, sobressaindo-se a Região Sudeste, aonde a
mortalidade masculina chega a ser quase cinco vezes maior que a feminina, nas
idades compreendidas no grupo de 20 a 25 anos. As causas externas (violentas),
consideradas causas evitáveis, têm um impacto significativo nos diferenciais da
esperança de vida ao nascer entre homens e mulheres, principalmente naquelas
regiões e Unidades da Federação onde sua incidência é elevada. Ao longo das
últimas duas décadas, parte dos ganhos obtidos na esperança de vida, devidos à
queda da mortalidade infantil e de menores de 5 anos, foram perdidos em função do
aumento das mortes por causas externas. As profundas mudanças observadas, nas
últimas décadas, no padrão etário da mortalidade, por sexo, bem como na
estrutura das causas da mortalidade da população brasileira, são devidas,
portanto, não só ao aumento das causas cardiovasculares, respiratórias e
neoplasias, conforme visto na seção anterior, como também estão relacionadas,
fortemente, ao aumento da mortalidade por causas externas, com efeitos
inevitáveis sobre o processo de envelhecimento da população.
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