O movimento da reforma religiosa deve ser compreendido dentro de um quadro maior de transformações que caracterizam a transição feudo capitalista. Durante a Baixa Idade Média, a Europa passou por um conjunto de transformações sociais, econômicas e políticas, que permitiram a uma nova sociedade questionar o comportamento do clero e a doutrina da Igreja.
Martinho Lutero foi um sacerdote agostiniano que se tornou a figura central da Reforma Protestante. Lutero ensinava que a salvação não se consegue apenas com boas ações, mas de um livre presente de Deus, recebido apenas pela graça através da fé em Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada.
A reforma de Lutero abalou a autoridade universal da Igreja Católica no Ocidente, valorizando a interpretação da bíblia pelo próprio indivíduo, tornando-se um movimento que merece destaque na análise da subjetividade moderna. Essa reforma colocou o indivíduo no mundo, pois se a vocação luterana permanecia uma tarefa estabelecida por Deus; a maneira aceitável de viver encontrava-se na possibilidade do homem superar-se, principalmente, nos desafios de cumprir as tarefas do século, através de suas ações terrenas.
A noção de eu e a individualização vão nascendo e se desenvolvendo através da história. A ideia de um mundo ´´interno´´ aos sujeitos, da existência de componentes individuais, singulares, pessoais e privados vão tomando força, permitindo o desenvolvimento de um sentimento de eu.
As idéias defendidas por Lutero na Reforma Protestante baseiam-se muito na ética individualista e na subjetividade humana, pois a sua postura frente a Igreja Católica demonstrou que através dos seus conhecimentos sobre a bíblia, Lutero decidiu agir de acordo com o que ele acreditava que era certo, contrariando as regras religiosas e sociais da época. Através da subjetividade, o homem se relaciona com a sociedade, buscando através de experiências o entendimento de situações, questionando o que acha certo ou errado, expondo as suas ideias, tentando controlar, estagnar ou modificar uma sociedade.
Tudo isso contribuiu para a formação da Psicologia. Com o desenvolvimento da subjetividade e da ética individualista do ser, o homem passa a pensar, refletir, questionar a razão de tudo o que ocorre dentro de si e ao seu redor, havendo a necessidade de uma ciência que estudasse o comportamento humano (tudo o que o organismo faz) e os processos mentais (experiências subjetivas inseridas através do comportamento).
Um dos melhores assuntos trabalhado *-*
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